Brasil aponta crescimento do uso de energia solar em 2022 6o4d6q

O Brasil registrou em 2022 um crescimento do uso de energia solar, em um avanço que pode fazer com que esta se torne a segunda maior fonte energética do país. Trata-se do maior avanço da energia solar registrado na última década. Segundo um levantamento feito pela Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), a geração distribuída saltou de 8,4 GW para 14 GW de potência instalada de um ano para cá em residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos – um aumento de 66,7%. 646w2h

O Brasil é o 4º país que mais investiu em energia solar neste período, considerando que houve um aumento no investimento de 80,9%, ando de R$ 42,4 bilhões para R$ 76,7 bilhões. Conforme relata a Absolar, a chamada GD (Geração Distribuída) superou a usina hidrelétrica de Itaipu, que é a segunda maior hidrelétrica do mundo e a maior das Américas. De acordo com o MME (Ministério de Minas e Energia), a proporção foi de 2,5% para 4,1% na participação da fonte solar fotovoltaica na oferta interna de energia elétrica nacionalmente.

Para a engenheira bioenergética e gerente comercial da Sunova Brasil, Anna Clara Rosa, o cenário onde o custo elevado da energia elétrica somado a fatores como a crise hídrica – que implica em acréscimos de bandeiras tarifárias – e a popularização do preço no investimento em sistema solar vem sustentando a propagação dessa solução. 

“A redução do custo da tecnologia solar torna essa realidade mais viável para um maior número de pessoas, chegando hoje para as famílias de classe C e D”, afirma. “Além disso, a possibilidade de financiamento também estimula um maior grupo de pessoas a investirem”, pontua.

Características da energia solar

A especialista pontua que a utilização da energia solar pode auxiliar na economia da conta de luz, fator que pode fazer com que haja um maior investimento para o crescimento dessa tecnologia no Brasil. 

“O que pode continuar sendo feito é a facilitação do crédito para que os consumidores de qualquer classe financeira possam adquirir a solução”, afirma, frisando que, a partir de janeiro de 2023, “quanto mais claro for o encargo que o consumidor está pagando”, mais ele será impelido a investir na energia solar, “não importa o cenário de lei que estivermos”.

A engenheira bioenergética acredita que, hoje, as principais dificuldades encontradas são a desinformação e a falta de consciência de que se trata de um investimento a longo prazo, tanto financeiro quanto para o uso dos recursos renováveis que o Brasil possui.

Impacto do Marco Legal da GD

Em relação ao impacto do Marco Legal da GD (Geração Distribuída), Rosa ressalta que está estabelecido que os projetos solicitados e instalados até janeiro de 2023 terão as mesmas condições atualmente vigentes com a Resolução 482, previsto na legislação como período de carência. Durante 12 meses a contar da publicação do Marco Legal, os projetos instalados ou que tiverem solicitação de o terão as regras atuais de compensação válidas até 2045.

“O consumidor que solicitar ou instalar até o início de 2023 um sistema fotovoltaico on grid, isto é, que também seja conectado à rede, terá isenta essa parte da tarifa por mais duas décadas”, explica. Ela acrescenta que, atualmente, a instalação de painéis solares pode reduzir substancialmente a conta de energia, mas que “a partir do Marco Legal da GD, essa economia será gradualmente suprimida com a cobrança de tarifas e outros encargos sobre a energia produzida em casa”.

A gerente comercial da Sunova Brasil destaca que, a partir de 2023, haverá uma transição de seis anos para novos consumidores que utilizarem energia solar, iniciando com uma tarifa percentual de 15% dos custos de distribuição e manutenção dos serviços, aumentando a mesma porcentagem ao ano até chegar a 90% em 2028.