Marcelo Casal Jr | Agência Brasil f3x4n

por Daniel Melo | Agência Brasil

Não tinham nenhuma reserva financeira no início da pandemia de coronavírus, 71% dos negros no país, segundo estudo divulgado hoje (17) pelo Instituto Locomotiva feito a pedido da Central Única das Favelas. Entre os 29% que tinham dinheiro guardado, 12% já usou todo o recurso e 23% gastou a maior parte para se manter durante a crise.

A pesquisa mostra que a crise econômica afetou de forma desigual as famílias negras e brancas. Segundo o levantamento, 73% das pessoas pretas e pardas tiveram redução na renda devido à pandemia, índice que cai para 60% entre as brancas. Quase a metade das negras (49%) disse que deixou de pagar alguma conta no período, enquanto o percentual ficou em 32% para as brancas.

Mesmo as políticas governamentais impactam, segundo a pesquisa, de forma diferente a população negra. De acordo com o estudo, mais negros (43%) do que brancos (37%) pediram o auxílio emergencial do governo federal. Mas, entre os que pediram, o percentual de atendidos é menor entre a população negra (74%) do que entre a branca (81%).

O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meireles, destaca que esse tipo de resultado está ligado a questões estruturais do racismo no Brasil. Ele lembra, por exemplo, que 49% dos brancos que am a internet têm computador. Enquanto, o percentual cai para 38% entre os pardos e para 34% entre os pretos, que muitas vezes vão ar a rede apenas pelo celular. “Estudar ou ter o ao auxílio emergencial é diferente entre os negros e os brancos”, enfatiza sobre a diferença que faz ter um computador em casa.

Classe e renda


Essa diferença de condições materiais também aparece em outros dados da pesquisa. Segundo o estudo, as classes D e E são compostas majoritariamente por pessoas negras (76%). Por outro lado, As classes A e B são na maioria (63%) brancas. “Três quartos dos pobres são negros e dois terços dos ricos são brancos”, resumiu Meireles.

A renda média das pessoas negras é, segundo a pesquisa, de R$ 1.764 por mês e das brancas, de R$ 3.100. O estudo mostra que isso está ligado a uma menor proporção de negros em posições melhor remuneradas: 90% dos negros ganham até R$ 3.060 e a mesma proporção de brancos recebe até R$ 6.122. Quando o patamar é mais alto, a desigualdade é ainda maior, 95% dos negros têm rendimentos de até R$ 4.591, valor que chega a R$ 10.187 entre a população branca.

Ao observar especificamente os cargos de chefia, a pesquisa constata que 66% dos brasileiros têm chefes brancos, 21% pardos e 10% pretos. “O que mostra uma dificuldade real de promoção dentro das empresas da população negra”, enfatiza Meireles.

Mesmo com qualificação, a diferença de remuneração permanece. Os homens negros com ensino superior recebem em média R$ 4.990 e as mulheres negras, R$ 3.067. Os homens brancos com diploma tem um salário médio de R$ 7.286 e as mulheres brancas, R$ 4.566.

Fora isso, há uma desigualdade no próprio o à educação. Entre os homens negros com mais de 25 anos, apenas 9% têm ensino superior, índice que fica em 13% para as mulheres negras. Em relação aos homens brancos na mesma faixa de idade, 23% têm diploma, percentual que chega em 27% entre as mulheres brancas.

Racismo cotidiano


O estudo também mostra como o racismo ocorre nas relações sociais e interpessoais. Para 18% dos brasileiros não é um problema fazer piada sobre pessoas negras. “Nós temos 30 milhões de brasileiros que acham que não tem problema em fazer piada sobre pessoas negras”, ressalta o presidente do Instituto Locomotiva.

Constrangimentos como ser seguido por seguranças em lojas ou centros comerciais também afetam mais as pessoas de acordo com a cor da pele. Já aram por esse tipo de situação 19% dos brancos, 35% dos pardos, com um percentual que sobe entre os pretos (50%).

Darlan A. Lustosa

Darlan Alves Lustosa é natural de Formosa do Rio Preto, no extremo Oeste da Bahia, onde construiu uma sólida trajetória de envolvimento comunitário e defesa dos direitos locais. Com registro profissional 6978/BA e longa experiência como escritor e jornalista, Darlan é um entusiasta da política como ferramenta de transformação social. Ao longo de sua carreira, tem se dedicado a reportagens e artigos que buscam informar, educar e inspirar os leitores a participarem ativamente da vida cívica. Além de escrever para o Portal do Cerrado, Darlan também é sindicalizado e participa ativamente de iniciativas que promovem o desenvolvimento regional e o fortalecimento das causas populares. Sua atuação inclui a organização de eventos, como o Seminário de Combate ao Racismo Institucional e a Palestra do Defensor Público do Estado da Bahia, ambos realizados em Formosa do Rio Preto, com o objetivo de incentivar o diálogo e a justiça social. Darlan acredita que informar é um ato de responsabilidade social, e seu compromisso com a verdade e a precisão jornalística se reflete em cada publicação. Ele vê o Portal do Cerrado não apenas como um canal de notícias, mas como uma plataforma para fortalecer a voz do Oeste da Bahia e dos seus habitantes.

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